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Conteúdo Técnico - De onde vem o que você veste?


Como a tecnologia pode ajudar a indústria têxtil a garantir a sustentabilidade


Consciente sobre seu papel frente às questões socioambientais, o consumidor, na maioria das vezes em que vai comprar roupas em uma loja, ainda não tem como saber se a peça é verdadeira ou falsa, muito menos se a mão de obra utilizada é justa, se o material tem origem de produção correta ou se os resíduos gerados foram descartados corretamente. 


No entanto, com a ajuda da tecnologia, isso está começando a mudar. A indústria têxtil do Brasil é uma das maiores do mundo e rastrear os produtos é um grande desafio, pois envolve uma variedade de processos, materiais e fornecedores. Mas, muitas empresas já estão de olho nas tendências, investindo em rastreabilidade para acompanhar a origem, o histórico e a localização dos itens e matérias primas ao longo de suas cadeias de valor. “Essa capacidade é essencial para garantir a qualidade, a segurança e a autenticidade dos produtos, bem como para combater a pirataria, a falsificação e o uso indevido de recursos naturais”, explica o diretor técnico adjunto e membro da Câmara Especializada de Engenharia Química (CEEQ) do Crea-SP, engenheiro químico e engenheiro de segurança do trabalho Francisco Innocencio Pereira, que também representa a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Monte Alto (AEAA-MA) no plenário do Conselho. 


“Todas essas tecnologias podem ajudar empresas e consumidores a atestar a autenticidade e a procedência dos produtos têxteis, além de garantir a conformidade com as normas e regulamentações do setor”, explica o diretor da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), engenheiro de produção Francisco Gaudêncio.


Um exemplo é o projeto desenvolvido por uma empresa brasileira que utiliza etiquetas inteligentes com QR codes que contêm informações sobre a procedência, o cultivo, a colheita, o beneficiamento e a industrialização do algodão. Esses dados são registrados em blockchain e podem ser acessados pelos consumidores por meio de um aplicativo. Outras tecnologias, como a inteligência artificial e o DNA, já permitem diferenciar tecidos naturais e sintéticos e verificar a autenticidade das marcas. A empresa AG Têxteis é uma das que se sobressai nesse cenário tecnológico e está investindo em um projeto de fio eletrocondutor, utilizando nanopartículas para conferir condutividade a tecidos.


“Também existem programas e certificações que promovem práticas sustentáveis, como o uso de materiais reciclados e a redução do desperdício, visando uma produção mais responsável com o meio ambiente”, comenta o diretor da AG Têxteis, engenheiro têxtil Andre Marcilio. “Além disso, em termos de sustentabilidade, há investimentos em tecnologias para a indústria, como a utilização de materiais reciclados, processos de tingimento, acabamento e outras práticas de produção mais eco-friendly”, completa Gaudêncio.


O que vem por aí?


Para um futuro próximo, os consumidores e profissionais podem esperar avanços significativos na rastreabilidade, com ênfase na sustentabilidade e na moda circular, além de tecnologias de personalização de produtos. “Os futuros profissionais e consumidores encontrarão um cenário cada vez mais digital, conectado e transparente, onde a tecnologia será uma ferramenta essencial para garantir a qualidade e a confiança dos produtos”, afirma o conselheiro Pereira. 


O ambiente de trabalho e consumo também deve se tornar mais seguro e ético, com menos problemas relacionados à pirataria e à violação de direitos de propriedade intelectual. “Isso ressalta a importância do engenheiro têxtil, que tem um papel crucial na garantia da qualidade, segurança e sustentabilidade dessa produção”, afirma Gaudêncio. “Essas inovações caminham lado a lado com um crescente foco em práticas sustentáveis, como a integração de fibras recicladas e a redução do consumo de água e energia nas fábricas”, comenta Marcilio. “Além disso, está em curso um esforço para adotar fontes de energia limpa, com a instalação de painéis fotovoltaicos, visando a redução do impacto ambiental das operações fabris”.


3 inovações que já estão sendo utilizadas pela indústria têxtil


RFID

Identificação por radiofrequência que permite que cada peça

seja verificada de forma única por meio de um chip.


Blockchain

Sistema de registro distribuído e imutável, que permite a

criação de um histórico confiável e verificável.


Etiquetagem inteligente

QR codes ou códigos de barras avançados, em que as

etiquetas podem ser escaneadas ao longo de toda a cadeia de

suprimentos


Fonte: Crea SP, visite o site oficial www.creasp.org.br